23.1.07

A propósito de nada

You can never hold back spring
You can be sure that I will never
Stop believing
The blushing rose will climb
Spring ahead or fall behind
Winter dreams the same dream
Every time

You can never hold back spring
Even though you've lost your way
The world keeps dreaming of spring
So close your eyes
Open you heart
To one who's dreaming of you
You can never hold back spring
Baby remember everything that spring
Can bring
You can never hold back spring

Tom Waits, Orphans

21.1.07

Corrida de meio-fundo

Às vezes, quando paro, sinto nitidamente que estou a fugir.

20.1.07

24 do 11

Estamos aqui a pensar. O mundo ficou como o urânio. Empobrecido.

17.1.07

O tempo vai peneirando a memória. Resta apenas o que se quer que fique, mesmo que a gente o deseje num segredo mal assumido. Assentou a poeira das palavras mal medidas, sossegaram os génios dos gestos excessivos, calou-se o ruído dos desencontros. Sobras perfeita, arestas e tudo. Somos nós quem te reinventa como nunca foste. Ou como nunca te soubemos ver.

Como dantes. Como sempre

(MC)


Continua a ser demasiada areia para a minha autocaravana.

15.1.07

24 do 11

A vida continua. O problema é esse.

10.1.07

Saúdo-te com as tuas palavras. Quase parece que as escreveste para serem reeditadas num dia assim. É a única ideia capaz de me sossegar nestes tempos de destroços, neste dia de velas apagadas. Pediremos desejos por ti. Vale a pena pedir desejos. Por ti. Por nós, sem ti.




Debaixo dos pés, águas turbulentas. Cinzentas. Contra o esquecimento, relembrar que as nossas estradas são braços do mesmo rio. Caminhámos sobre as águas. Ludibriámos os sentidos. Guardámos testemunhos desses passos de magia. Contra o esquecimento.

Celta

Tenho dificuldade em lhes explicar - esta coisa de querer mudar de assunto sem me mudar de ti. Entende que não me quero despedir. Fintar o lugar da tua ausência, enganar as horas a que me faltas. Não aceito menos que a tua memória por inteiro, nem perdoo por menos que uma razão impossível. Queria apenas que a saudade me doesse em paz. Ao menos hoje. Parabéns Jóia. É o teu dia. Será sempre o teu dia.

8.1.07

The departed

Ainda não te contei que finalmente lá arranjei coragem de ir ver o novo Scorsese. Já foi há umas semanas, mas depois do medo de ver, veio-me o medo de escrever. Não fui ver o Scorsese, fui ver-te a ti, meu caro. E foi o que se esperava. Logo às primeiras cenas, na revista de comics do Wolverine dentro da mochila de uma das personagens. Scorsese e Marvel, prometia. A personagem era apenas uma criança e ainda não se tinha tornado no polícia-bom-e-polícia-mau-e-as-duas-coisas-e-nenhuma-delas-ao-mesmo-tempo do filme. E continha o mundo na banda desenhada. Passava-se isto ainda quando a criança era criança. E não queria partir se estava apenas a chegar. E no cimo de cada montanha não desejava uma montanha mais alta. E em cada cidade não desejava uma cidade maior. Era naquele tempo em que as montanhas e as cidades são demasiado grandes e o mundo é ao mesmo tempo tão grande e tão pequeno que só as histórias de quadradinhos podem conter escala tão esquizofrénica. Depois o mundo muda e somos nós que ficamos grandes e pequenos numa escala esquizofrénica que não cabe nem nas histórias aos quadradinhos. Mas elas lá ficam, o refúgio seguro, o descanso da viagem interminável em busca do spot perfeito. E não há mundo que nos sossegue. A não ser a estrada para andar, a gente a continuar. As emoções para viver, o prazer. Que raio de mania de descobrir o mundo. Tinha mesmo que ser até ao fim do mundo?
Eu cá fiquei. Faz sentido, sou aquela que tem medo da partida.

5.1.07

Chile Out

Decidi que isto é um canto e não um lamento, já disse o que sinto agora façamos o ponto e mudemos de assunto. Vou à procura de tema. Volto já.

ano novo II

Os melhores momentos, por definição, estão sempre num pretérito perfeito. Porque só depois de vividos, saboreados e sufragados podem ser eleitos. O medo nasce do condicional, a incerteza do futuro. A solução, estou em crer, está no gerúndio.

4.1.07

Do baú

Foi a sétima palavra mais difícil de traduzir, de acordo com uma votação de mil linguistas feita pela agência inglesa de tradução Today Translation.

Segundo a directora da Today Translations, Jurga Ziliskiene, embora as definições sejam aparentemente precisas, o problema para o tradutor é reflectir, com outras palavras, as referências à cultura local que os vocábulos originais carregam.

Lista completa das dez palavras consideradas de mais difícil tradução:

1. Ilunga (tshiluba) - uma pessoa que está disposta a perdoar qualquer maltrato pela primeira vez, a tolerar o mesmo pela segunda vez, mas nunca pela terceira vez.
2. Shlimazl (ídiche) - uma pessoa cronicamente sem sorte
3. Radioukacz (polonês) - pessoa que trabalhou como telegrafista para os movimentos de resistência no domínio soviético nos países da antiga Cortina de Ferro
4. Naa (japonês) - palavra usada apenas em uma região do país para enfatizar declarações ou concordar com alguém
5. Altahmam (árabe) - um tipo de tristeza profunda
6. Gezellig (holandês) - Aconchegante
7. Saudade
8. Selathirupavar (tâmil, língua falada no sul da Índia) - palavra usada para definir um certo tipo de ausência não-autorizada frente a deveres
9. Pochemuchka (russo) - uma pessoa que faz perguntas a mais
10. Klloshar (albanês) - perdedor

2.1.07

ano novo

Às vezes tenho medo, mesmo mesmo medo, que os melhores momentos já tenham sido.