30.11.06

O Inverno em Pequim

Porque mais não posso, resta o principio.
- ... Palavras?
- Sim, mas das que beijam.

Li Ya

Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca,
Palavras de amor, de esperança
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto,
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas, inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído,
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes

A. O'Neil

1 Comments:

Blogger Raquel Alão said...

Descobri este poema através da música de um amigo meu. Desde então ando obcecada com o O'Neil e namoro-lhe a obra completa obcessivamente na fnac (há-de haver dinheiro para investir um dia...). Mas este poema em especial despoleta em mim todos os sorrisos recônditos. É giro vir encontrá-lo agora aqui.

11:46 da tarde  

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