Lápis de bico partido
Lembro-me todos os dias do que tem de ser feito. Esqueço-me todos os dias de o fazer.
Lembro-me todos os dias do que tem de ser feito. Esqueço-me todos os dias de o fazer.
O sopro fez-se arrepio e o arrepio fez-se vertigem. Desde que a tarde se pusera que não não havia sopros-vertigem.
O senhor sabe destas coisas e garantiu-me que só pode bem improvisar quem perceber a matemática do acaso. Disciplina e concentração, receitou-me. Sempre pensei que não, retorqui eu: achava que isso de pouco valia, que o tal acaso era espécie de cavalo cor de vento que só por sorte se consegue montar. Não, insistiu o sábio, que só corre livre quem sabe escolher a própria albarda.
Em cada pequeno gesto somos generosos ou egoístas. Mas vivemos mal com a generosidade e não aguentamos o egoísmo.
Tenho para mim que só conseguimos transpor a barreira da pele e ver para o lado de dentro quando encontramos à superfície manchas que nos são familiares. Dos outros, só percebemos os mistérios que também são nossos. Em tudo o resto, estamos inefável e dramaticamente sós. Com uma pele opaca a isolar-nos.
Acabaram as autárquicas!!!!!!!!
Tu não existes. Tu não existes. Tu não existes. E eu sei.
... aos (por esta altura esverdeados) membros deste blogue.